Histórico da Era Agostiniana

De 1953 a 1960 o Colégio passou a ser chamado de Colégio Santo Agostinho sob o comando da chamada Sociedade Instrução e Colonização – Ordem dos Agostinianos Recoletos, dos padres agostinianos. Seus objetivos estatutários eram “proporcionar à juventude uma educação integral de acordo com as leis do país sob os auspícios da Santa Igreja Católica Apostólica Romana”. Seus instituidores foram Frei Gastão Jacinto Gomes e Hugo Novaes.

 

A Ordem dos Agostinianos fundou seu primeiro colégio no ano 430. Ao redor de 1950 mantinha estabelecimentos de ensino em 22 países no mundo. Um país é uma construção comum e desse trabalho participam grupos numerosos e variados. Os agostinianos orgulham-se, cada vez mais, de participarem desse trabalho contínuo de elaboração de um país como o Brasil. Esse trabalho vem de longe, do ano de 1663, no qual diz a História, terem os primeiros padres agostinianos recoletos chegado a Pernambuco e à Bahia, provenientes de Portugal.

 

Deles ficaram muitas obras, de igrejas a livros, destacando-se o célebre autor do poema Caramuru, Frei José de Santa Rita Durão, que já dava mostras de atenção pelo país que habitava, misturando forma clássica a uma temática indianista. A contínua chegada de religiosos, provenientes predominantemente da Espanha a partir de 1899, permitiu a ocupação de maiores espaços - São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará e Rio de Janeiro.

 

No Leblon, a partir do ano de 1931, deram mostras de sua presença com a construção da Igreja de Santa Mônica, não a de moldes atuais, de arquitetura moderna e arrojada, mas traçada segundo modelos então dominantes. Ao lado da Igreja, treze anos depois, começam a transformar o mosteiro das Irmãs Clarissas em Colégio, inaugurando o Externato Santo Agostinho em 1 de março de 1946, sendo seu primeiro diretor, Frei Angel Gorestidi, apesar de já funcionar, mesmo em estado provisório, em algumas das salas já prontas, um curso de alfabetização para porteiros, empregadas domésticas e operários da construção civil - é o até hoje existente Curso Supletivo no local.

 

Em 1947, o Externato Santo Agostinho no Rio de Janeiro passa a chamar-se Ginásio Santo Agostinho, dirigido pelo Frei Gastão Jacinto Gomes. Em 1949, deu-se o 50º. Aniversário da restauração da Ordem dos Agostinianos no Brasil. Em 1952, Frei Gastão havia feito uma visita a Muqui e ao Colégio quando, acabando de chegar de longa viagem, ofereceu uma rica palestra para os alunos “A Europa que eu vi”. O pároco da Igreja São João Batista, Padre Pedro, também era da Ordem e na ocasião outros padres agostinianos, como Frei Laurentino, que servia em Castelo e codjutor da paróquia de Muqui, visitavam a cidade, facilitando a negociação.

 

Em 1953, quando Dr. Dirceu vendeu o Colégio aos Agostinianos, ao assinar em fevereiro de 1953, em Vitória, a escritura definitiva da venda, Frei Gastão veio para o Espírito Santo para dirigir o Colégio de Muqui. Os objetivos estatutários eram “proporcionar à juventude uma educação integral de acordo com as leis do país sob os auspícios da Santa Igreja Católica Apostólica Romana”. Seus instituidores foram Frei Gastão Jacinto Gomes e Hugo Novaes.

 

Frei Gastão proferiu então, no “Gymnasium” (conhecido prédio do Grêmio), já como Diretor do Colégio, uma palestra de apresentação na presença de todos os alunos, explicando as finalidades da nova direção e seus objetivos religiosos, solicitando maior colaboração dos estudantes para aprimoramento moral da mocidade. Em 1953 o Colégio teve que suspender oficialmente o Curso Científico, em razão de apenas 4 dos 52 formandos ginasiais mostrarem-se interessados em continuar, mas voltou impreterivelmente a funcionar em 1954 já sob a batuta dos padres agostinianos. Em 14 de setembro de 1954, pela Lei 161, o Prefeito Municipal, Dr. Dirceu Cardoso, considerou o Colégio Santo Agostinho de Utilidade Pública.

 

Seus Diretores foram :

 

Frei Gastão Jacinto Gomes

 

Frei Lauro de Carvalho Borges até final de 1959

 

Freis Professores:

 

Frei Isidro Chasco
Frei Elias Navarro Vieira
Frei Dorandy
Frei Guido Seotto
Frei Gastão
Frei José Luiz Gonzaga
Frei Xavier
Frei Jesus
Frei Cândido Cintra
Frei Laurentino
Frei Luiz Varanda
Frei Rui

 

E tantos outros que continuaram a dar estrutura de conhecimento superior à de qualquer outro estabelecimento de ensino a centenas de novos alunos. Os padres também deram continuidade às atividades esportivas e cívicas, marca principal do Educandário, mantendo a fama do Colégio em muitas paragens. Além das atividades intelectuais, incentivavam as artes, a música e o teatro, promovendo recitais, apresentações e serestas também nas cidades vizinhas, tocando vários instrumentos juntamente com os alunos.

 

O Orfeão do Colégio, dirigido pelo Frei Jesus, tinha 50 vozes. Cantavam músicas religiosas e profanas em espanhol, italiano e português, como “Sanctus” de Beethoven, “Despedida”, “Bendita tua pureza”, “La estrada Del Bosco”, “Corazón Materno”, “Vicença” e outras. Apresentavam-se como convidados para abrilhantar inaugurações e eventos sociais, sempre muito aplaudidos pela sociedade muquiense por seu desempenho musical.

 

Em 1954 o Colégio participou da Olimpíada na cidade de Colatina, conhecida por “Princesa do Norte”. A comitiva foi informada em cima da hora, mas mesmo com pouco tempo para os treinos resolveu aceitar o convite. A delegação do Colégio de Muqui passou nas eliminatórias, vencendo o forte time de Guaçuí. A representação do Colégio seguiu de automóvel para prosseguir de trem para Colatina. Foram 32 atletas, 17 rapazes e 11 moças, chefiados por Frei Xavier e acompanhados pelas Profa. Ana Fraga e a secretária Maria José Monteiro. As equipes eram de futebol, voleibol, basquetebol e atletismo. A Olimpíada de Colatina de 1954 também teve lugar na Semana da Pátria, igualmente à de 1950. Terminaram com um honroso 3º. lugar, sendo que os rapazes voltaram com 20 pontos e as moças com 55.

 

1º lugar
Lançamento de Disco e Dardo – Neida F. Lima Paiva Monteiro

 

1º lugar
Tênis de mesa
a) individual feminino – Maria Terezinha Oliveira
b) dupla feminina – Maria Terezinha Oliveira e Maria Magdalena de Paiva

2º lugar
Lançamento de Peso – José Paulo Jorge

 

2º lugar
Salto em distância – Jesus Pereira Mendes

 

Os atletas desfilaram vitoriosos segurando a camisa vermelha e branca como pano sagrado em demonstração da férvida dedicação ao Colégio, mesmo sob a invasão em campo da torcida contrária, tendo ficado nítido o erro do juiz do jogo de futebol que favoreceu visivelmente a outra equipe. Frei Xavier escreveu uma nota em “O Município”: - “Nesta Olimpíada ensinaram à juventude do E.S. como não se pode nem se deve repartir alegremente os louros da vitória entre quem não os merece.” A Olimpíada encerrou-se com grande Baile e Coroação da Rainha dos Jogos Olímpicos, cuja vencedora foi Terezinha Vicente Cúrcio.

 

Os agostinianos estabeleceram exames de pré-normal em 1955 e também estabeleceram um novo uniforme para a parada escolar, depois de manter os uniformes antigos desde 1954, para evitar transtornos financeiros aos pais quando da mudança de direção. Os padres promoviam belíssimos desfiles escolares, com carros alegóricos e lindas fantasias. A primeira balisa foi Maria da Glória Lopes. O Jornal “O Grêmio” passou a concorrer novamente com os outros órgãos de imprensa, depois de desativado temporariamente, quando Robert Secchin ganhou um moderno mimiógrafo e voltou a editar o antigo semanário. O jornal “O Repórter” editado pela turma do científico passou novamente a concorrer com o órgão dos gremistas.

 

Após sugestão de alguns políticos, reinstalou-se em Muqui em janeiro de 1955, em solenidade religiosa e cívica, o Tiro de Guerra 79, comandado pelo Sargento João Pacheco, cuja sede se estabeleceu nos porões da residência dos padres, contígua ao antigo convento, o Colégio Don Fernando, onde também se mantinha uma pequena prisão para os soldados infratores. O Tiro de Guerra foi extinto em Muqui em dezembro de 1965.

 

Um fato engraçado ocorrido no TG 79 que cabe aqui citar: Um sargento recrutou um dos seus soldados para tomar a frente do pelotão e lhe perguntou em “voz rude de sargento para cabo”:-

 

 “_Soooldado! Quem é o patrono do Exército?”

 

O soldado pensou e pensou e apavorado respondeu em continência para surpresa de todos:

 

- “_ Um revóóólver, sargento! Calibre 32! Só não sei a marca!”...

 

Que situação, soldado! Afinal, o patrono do Exército é Duque de Caxias!

 

Os agostinianos plantaram um grande pomar atrás dos dormitórios, onde os alunos furtivamente iam se deliciar com as frutas. O Salão-nobre foi adaptado para receber uma Capela de nome Santa Rita de Cássia, que foi inaugurada em 1954, com capacidade para 400 pessoas, quando comungaram mais de 300 alunos. Os bancos foram doados pela Comissão das Damas. O elegante altar era de todo bronze, onde se destacava o monograma de Cristo, Alfa e Ômega. À noite houve sessão lítero-musical ao som de piano, canções e bailados e encerrada por homenagem ao ex-diretor, Dr. Dirceu Cardoso. Além das missas normais, ali ocorria a bênção dos anéis durante a missa de ação de graças no dia das Festas de Formatura. As sessões do Grêmio passaram a se realizar no novo prédio do Grêmio, o conhecido Gymnasium, que existe até os dias de hoje.

 

Em 1955 grandes obras foram feitas no Complexo. Foi construído um grande prédio entre dois dos pavilhões, interligando o dormitório dos médios ao dos menores, com arcos fechados por portões de ferro que permaneceram até a demolição, para abrigar uma área coberta para esportes e também as novas instalações da copa e cozinha, com aparelhamento a óleo e grande fogão “Econômico” a lenha. Durante esta grande reforma, foi montada uma moderna sala para os professores com todo o conforto. As instalações sanitárias foram totalmente remodeladas e ampliadas. O Estado adquiriu iluminação a diesel para todos os pavilhões durante a gestão do então governador Francisco Lacerda de Aguiar.

 

Na Era Agostiniana, a área do externato constava da sala dos professores, 3 instalações sanitárias em dois conjuntos, cantina, sala de material, 2 galpões, salas de aulas, anfiteatro, salão nobre e capela. No internato, no andar térreo ficavam: a copa, a cozinha, o armazém, 8 WC e 3 lavatórios e 1 depósito. No pavimento superior, a enfermaria, com capacidade para 10 leitos, o quarto do enfermeiro, 2 salas para rouparia, 2 salas de estar, 2 pequenos apartamentos, 2 conjuntos de refeitórios e 2 lavatórios. Ainda no estabelecimento, havia uma casinha coberta para proteger o gerador elétrico, 1 galpão para guardar lenha, 1 caixa d’ água com capacidade para 30.000 litros e a rede de esgoto com tubulação de cimento de 10 polegadas com aproximadamente 300 m de extensão.

 

Voltando ao ano de 1955, no dia de Muqui, os alunos agostinianos apresentaram-se em desfile escolar no seu novo uniforme e o pelotão TG 79 fez uma demonstração de tiro para os presentes, após desfilar pela cidade, apresentando uma série de exercícios combinados. A rainha do Tiro de Guerra em 1955 foi Eny Rodrigues, eleita por 9.915 votos. O TG 79 ficou ali estabelecido até 1964.

 

Ainda em 1955, no Dia da Saudade, cada ginasiano introduziu um aluno do admissão e cada professoranda, um do curso primário, na costumeira e emocionante despedida dos formandos recepcionando os iniciantes com suas madrinhas, intercalando ambas as alas perfiladas na Praça Cívica. Um orador proferiu uma mensagem marcante: “A saudade genuína está retalhada em cada palavra como se fossem pedaços de coração!” Foi quando Frei Gastão sugeriu aos alunos que no futuro próximo fosse fundada uma associação dos ex-alunos do Colégio de Muqui (“O Município” 4/12/1955).

 

No Dia da Saudade de 1957, foram recebidas a embaixada da Faculdade de Odontologia de Vitória e a representação de Alegre. Sob a batuta do Frei Dorandy, o Coro do Colégio apresentou entusiasticamente o “Sacrum Convivium” de Tavoni e o grandioso “Panis Angelicus” de Frank na capela Santa Rita do Colégio. O conjunto teatral sob a direção do Frei Dorandy brindou o público com “Prece ao Vento” e com “Iremos ao Cinema”, engraçado e original. Na parte esportiva, houve jogos de futebol de salão, seguido por jogos de voleibol masculino e feminino.

 

Neste mesmo ano, pela Lei 1249, de 8 de março de 1957, foi liberada a verba de Cr$ 700.000,00, pelo então Governador Lacerda Aguiar, para a gratuidade de ensino para o externato.

 

Em 1958, no dia 16 de agosto, houve Sessão do Grêmio em homenagem ao Dia dos Pais e a abertura das festividades do Jubileu de Prata (25 anos) do Colégio, sendo então o Presidente do Grêmio e também redator do jornal “O Grêmio”, o aluno Roberto Paraíso Paixão. O dia oficial do aniversário do Colégio de Muqui é 8 de julho. O Grêmio diligenciou a colocação de uma placa de mármore e bronze para imortalizar a ocasião.

 

Conta um aluno interno desta época, Luiz Henrique Mignone, que durante o almoço guardava pedaços de linguiça no bolso da calça, para à noitinha, depois do toque de se recolher, amarrar os nacos no badalo do sino do pátio. Assim que as luzes se apagavam, os cães ao tentar abocanhar a linguiça, batiam seguidamente no badalo na calada da noite, fazendo com que os freis saíssem em seus camisolões de dormir à procura do invasor, sem ninguém encontrar, pois os cães fugiam com o próprio barulho do sino, sob as risadas dos internos dependurados em segredo nas janelas dos quartos.

 

Os padres também tinham uma caminhonete verde F-57 que estava sempre enguiçada. Cipriano era o motorista. Eles acabavam sempre chamando os alunos para empurrá-la. Eram precisos quase 20 alunos para tirá-la do lugar e por isso todos ficavam tentando negociar com os padres, pedindo ½ ponto na nota para empurrar.  A disciplina era ponto básico. O Professor Edinho na armação das filas reclamava: “ - Silêncio!” E um profundo silêncio se fazia, mas mesmo assim ele exigia mais: “ - Eu ainda estou ouvindo do meu lado direito!”, o silêncio se fazia profundo, mas ainda era pouco: “ - Ainda ouço do meu lado esquerdo!” Mesmo em profundo silêncio subindo as escadas em fila indiana os alunos continuavam ouvindo: “ - Silêncio! Eu quero ouvir o zumbido da mosca!” Êta tempos bons que não voltam mais!

 

Romilda, a esposa do Nelson, um experiente e alegre cozinheiro do Colégio desde a época do Dr. Dirceu, contou que Frei Gastão para manter o casal por perto, por serem muito queridos e pelo seu "bom tempero", comprou e deu a eles uma casa atrás do Colégio e também os presenteou com uma cabra leiteira, para que Romilda pudesse aleitar seu bebê pequenino não afastando seu marido do emprego de forma que ela também pudesse aprender e ensinar os aprendizes na cozinha. Nelson tinha alguns ajudantes e alguns copeiros para servir os internos. Preparavam o almoço e o jantar com muita variedade. A refeição era colocada sobre a mesa em enormes travessas de inox e todos podiam servir-se à vontade. Ofereciam também o café da manhã com leite gordo, café forte, pão fresquinho com manteiga, às vezes frutas e depois o lanche da tarde. Contou do enorme fogão "Econômico" a lenha de 6 bocas que os padres compraram. Nele cabiam quatro panelões enormes de 40 ou 50 litros ao lado de chaleiras de água quente.

 

Romilda contou que primeiro começou trabalhando na lavanderia como passadeira e engomadeira, era responsável por lavar 50 sacolas de roupa dos internos. Comentou também que a lavanderia do Colégio só funcionava para os rapazes, sendo que as internas costumavam enviar suas roupas para a cidade, já que eram mais difíceis de passar e engomar. Romilda levava as roupas para secar no seu quintal. Disse que as bacias redondas de cimento que ainda temos dos tempos do Colégio serviam de enfeite no jardim com plantas dentro, principalmente uma aquática muito bonita, a "Santa-Luzia", e que os alunos escovavam os dentes nas dependências dos banheiros e não nelas como se pensa, a não ser que assim fosse nos tempos do Dr. Dirceu antes de existirem os lavatórios. Romilda doou para o Museu um prato de ágata, uma caneca de metal e uma xícara de café de louça que ganhara de presente de uma aluna, tudo que havia guardado de recordação dos seus anos servindo o Colégio. Foi um gesto muito bonito, já com seus quase 80 anos. Obrigada, Romilda, você é uma simpatia.

 

Os ex-alunos da Era Agostiniana recordaram que havia um grande banco circular, em forma de meia-lua, logo depois do mata-burro ao lado da Secretaria, pintado de vermelho, sob uma frondosa árvore, onde as alunas se encontravam para ficar conversando e observando o movimento dos meninos pela rua de paralelepípedo que na época circundava o prédio principal desde a subida do Grêmio. Este caminho de paralelepípedo e este banco não existiam na Era Dirceu. No local do banco antigamente existia uma pequena guarita onde ficava um regente com a tarefa de fiscalizar as cadernetas e a perfeita ordem dos uniformes, sob pena de os alunos não assistirem às aulas, caso houvesse alguma irregularidade. Houve algumas reformas na parte posterior do Prédio Principal, unindo o Barracão com os telhados frontais, ampliando a área de descanso, cantina, banheiros e sala dos professores.

 

Um outro ex-aluno lembrou carinhosamente de "A Buraca". Era um tipo de gruta escondida no meio do bambuzal perto do campo de futebol, onde os alunos travessos escondiam-se para "matar aulas" ou ficar conversando para passar o tempo.

 

Através de um depoimento de um ex-aluno soube-se que Frei Gastão foi substituído por Frei Lauro com muita tristeza e indignação dos alunos. Enquanto Frei Gastão buscava em sua gestão dar manutenção aos sentido de democracia, herança deixada pelo Dr. Dirceu, Frei Lauro já não tinha o mesmo pulso e infelizmente pareceu desolador aos alunos o fato de ele, entre outras coisas, ter nomeado um interventor para o Grêmio, desmontando a liberdade de expressão que tinham até então na intocável tribuna. Muitos alunos foram expulsos por protestarem, outros convidados a se retirar. Os tempos tinham mudado.

 

Em 1959, foi realizado um passeio à Fazenda Pedra Negra onde alunos e professores passaram o dia em confraternização. Em 1960, a festa foi muito aclamada pela presença do Tiro de Guerra 79, quando o Sargento Pacheco hasteou solenemente a bandeira em homenagem ao mártir da Independência. Depois da sessão do Grêmio, o Hino Nacional e do Colégio foram cantados por 300 vozes em uníssono. Na parte esportiva, o time de futebol do Colégio empatou com o time convidado, o Operário Futebol Club.

 

Porém, em novembro de 1959 anunciaram em “O Município” que o Colégio fecharia o internato e o curso científico em caráter irrevogável. Não havia possibilidade de continuar o glorioso Colégio nem em termos financeiros nem em base de acordo. Os altos poderes da Ordem assim haviam decidido e cabia à Diretoria atender e executar o que lhe foi ditado. Depois de 26 anos de grandes e inestimáveis serviços a Muqui, fechava-se uma das mais tradicionais instituições pela qual tanto lutou e de que tanto se orgulhava o povo muquiense. Não seria mais ouvida pelas ruas aos domingos e feriados a algazarra feliz dos alunos internos, passando como um bando de maritacas, grasnando em busca do seu pouso. Qualquer ex-aluno que por aqui passou, ao ler esta notícia, sentiu percorrer-lhe o corpo um calafrio.

 

E, em 1960, tendo em vista o impasse entre o Governo e a Sociedade Instrução e Colonização - Ordem Agostiniana, em razão do constante atraso da verba enviada pelo Governo à Ordem, às vezes mais de um ano, verba esta que mantinha por Lei a gratuidade das matrículas do externato, fato este que levava a Ordem a sacar dinheiro nos bancos, resultando em altos juros, impossibilitando os agostinianos de manter o padrão de qualidade do ensino e a manutenção do Colégio, a Ordem decidiu peremptoriamente vender o Colégio.

 

Em 1960 os Agostinianos venderam o Colégio para o Estado.

 

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