A divulgação de meu depoimento é a voz do meu coração.
Saudade palavra linda quando se fala de um grande amor.
Na estrada longa da vida eu vou cantando o nosso amor.
Os tempos vão se passando. Eu lembro cada recordação, com lágrimas e com sorrisos.
Eu alimento meu coração. A vida é assim, hoje aqui amanhã acolá. Eu fui DJ do Colégio Santo Agostinho por 3 anos. Por ironia do destino meu filho Alessandro é o melhor DJ de Vitória, eleito por diversas vezes.
Em qualquer lugar e em qualquer ocasião minha voz se levanta para enaltecer o meu, nosso COLÉGIO DE MUQUI.
Tenho muito orgulho de ter estudado no Colégio de Muqui e no Colégio Santo Agostinho de Muqui. Em 1.949 eu cheguei em Muqui. Passei uns dias na casa do Sr. Adamastor Lugon e depois na casa de D. Marieta Jager Cunha.
Fui internado e localizado no dormitório dos menores. Eu cursava o 4º Ano do Ensino Primário. Dr. Dirceu Cardoso
e D. Lizete foram dois pais para mim. Eles residiam numa casa que ficava na parte mais alta do "morro do colégio".
Ao lado ficava a Farmácia e dois quartos que se destinavam para internar algum aluno que necessitava de atendimento médico mais necessário.
Fui acometido de uma forte gripe e passei dois dias internado com toda a assistência médica e com o carinho, o amor, a delizadeza de D. Lizete, que fazia às vezes de enfermeira e de mãe. Do lado esquerdo de sua residência tinha a Capela. Existiam três prédios enormes para os alunos: um para os menores, outro para os médios e outros para os maiores. Os nomes que definiam os seus usos eram assim mesmo: menores, médios e maiores.
Esse critério era definido pelo Dr. Dirceu, Diretor e Professor e pelos: Thales e Lobatinho, Chefes de disciplina e Regentes de Ordens. Dois critérios eu me lembro: tamanho e idade. Na parte superior ficavam os dormitórios. No térreo os espaços eram usados para: refeitório e salas de estudo.
Saí do Colégio em 1.950. Voltei em 1.953, quando o Colégio já pertencia aos Padres Agostinianos. Frei Gastão Jacintho Gomes era o Diretor. O Colégio passou a ser chamado de Colégio Santo Agostinho de Muqui. Cursava o 2º ano ginasial. Em 1.955 terminei o Ginasial. Fiquei até 1.957, quando concluí o 2º Científico.
Neste mesmo ano que terminei o ginasial foi criado o Tiro de Guerra de Muqui que funcionou na parte inferior da casa onde Dr. Dirceu residia. Servi o Tiro de Guerra. Fui um dos seus fundadores. Como eu sempre fui muito cumpridor de minha obrigações, fui taxado de "caxias".
O Sargento Pacheco, que era o Instrutor, me designou para substituí-lo quando de algum afastamento. Fui homenageado e promovido a CABO. Apenas como lembrança, que bom seria se o Museu e o Poder Público Municipal pudessem promover e realizar o 1º Encontro dos Soldados da Turma Fundadora do Tiro de Guerra de Muqui. Lá se vão 54 anos. Ele era parte integrante do Colégio Santo Agostinho de Muqui.
Fui Orador do Grêmio Lítero-Esportivo Euclides da Cunha. Sempre gostei e pratiquei esportes. Joguei futebol pelo Colégio e pelo Operário de Muqui (time da cidade). Fui chefe do Serviço de Alto-Falantes do Colégio Santo Agostinho por 3 anos (DG). Fui Regente de Disciplina. Fui auxiliar de cozinha (servia meus colegas e depois almoçava na cozinha com as e os cozinheiros, chefiados pelo Nelson (cozinheiro da escola) tudo para ajudar papai no pagamento da mensalidade.
Quantas saudades. Grande parte da minha formação eu devo aos extraordinários Colégio de Muqui e Colégio Santo Agostinho de Muqui. Parabenizo vocês do Museu Virtual e seus companheiros que com abnegação e patriotismo procuram manter viva a chama de um educandário que precisa ser referência no Espírito Santo e no Brasil.
Uma das mais agradáveis lembranças que mantenho viva em minha memória é: aos domingos e feriados, quando nós, internos, depois de passar algumas horas na cidade, voltávamos para o Colégio e, andando pela Rua da Serra parávamos nas janelas de muitas casas para ouvir maviosas e apaixonantes músicas tocadas nos pianos, por verdadeiros artistas músicos.
Eram momentos de rara alegria e saudade.
Que bons tempos.
Parabéns!
Ex-aluno Walter De Prá
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